sexta-feira, 16 de março de 2012

Uma carta à vó

Oi vó!

Eu sei que não faz muito tempo que a senhora partiu, mas a saudade é grande e muitas vezes aperta demais o peito. Hoje, principalmente, por ser o dia que a senhora completaria 85 anos. Como diz o vô: Não deu tempo.
Eu sei que a senhora não queria partir porque haviam pessoas que ainda precisavam da sua presença (para não perder o juízo). Mas, fique tranquila, descanse, essas pessoas sobrevivem também ao caos desse mundo.
Aquela doença maldita te levou de nós tão rápido. Mesmo assim, nas suas falhas de memória, devido ao desgaste e fraqueza do corpo, nunca esqueceste de mim. Sempre soube que era eu quem chegava no seu quarto, sempre pronunciou meu nome. Sempre me reconheceu.
E isso foi importante pra mim. Foi assim que nos perdoamos. Nada grave!
Nos perdoamos das falhas que cometemos. Aquelas falhas que cometemos com todos que amamos, inclusive com nós mesmos. Coisas que fazem parte da vida, mas que jamais acabam com o amor.
Obrigada por fazer parte de nossas vidas, nos ensinar tantas coisas boas. E muito, muito, muito obrigada por dar um jeitinho de nos avisar que estas bem.

Te amamos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Para que serve uma relação? - Dr. Drauzio Varella

Definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação?
"Uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil".
Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom e merece ser desenvolvido.


Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça. Todos fadados à frustração.Uma armadilha.


Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.


Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.


Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.


Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.


Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.


Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Hoje abri meu álbum de formatura

Hoje abri meu álbum de formatura ...

Depois de ter levado mais um "fora" em entrevista de emprego (já perdi a conta de quantas fiz), estava triste, chateada e (porque não admitir?) desesperada. Sentia-me num labirinto em que a única saída havia sido fechada.
Cheguei ao ponto de achar que havia feito o curso errado e, talvez, o jornalismo não fosse a trajetória que deveria seguir. Quis jogar tudo para o alto. Procurei trabalho em outras áreas, fui vender artigos esportivos em uma loja (o que durou 10 dias). Eu estava completamente fora do rumo.
Até que, depois de chorar todas as lágrimas, abri meu álbum de formatura. E, então, puxei lá do fundo da alma todos os sonhos. Voltei aos 17 anos, e até antes, e lembrei porque escolhi o jornalismo ou porque, como dizem por aí, ele me escolheu. Eu sonhei, desejei, venci obstáculos, estudei e recebi meu diploma.
Revi nas fotos o meu sorriso. Vi meus olhos sorrirem. E gravei isso na mente. Eu amo as letras, as frases, as histórias. Eu amo a profissão que escolhi. E volto a admitir isso também.

Com tudo isso, ainda descobri o valor das fotografias. Elas servem para te lembrar de quem você é.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Medo do medo

Tem pessoas que tem medo do escuro, outras de fantasmas. Conheço gente com medo de aranha, cobra e sei lá mais o quê. E têm aquelas com medo de altura .... Tem gente com medo de todas essas coisas. Não importa do que se tem medo, o certo é que todos temos algum tipo de medo.
Não sei bem onde ou quando ouvi a seguinte frase: O pior medo é o de ter medo. E, desde então, às vezes essa frase volta a meus pensamentos. É certo, o maior de todos os medos, o mais difícil de ser enfrentado, é o medo de sentir medo.
Medo de escuro se enfrenta, nem que seja aos poucos. A pessoa se esforça para aprender a conviver com esse medo. Começa dormindo com a televisão ligada, depois deixa o abajour ou a luz do banheiro. Quando percebe pegou no sono no escuro.
O medo de bichos vai se curando, à medida que passa a conhecê-los melhor, quando se sabe que eles só atacarão caso sintam-se ameaçados. O medo de altura deve ser como do escuro, a pessoa deve se acostumar. Não sei bem, psicologia não faz parte do meu currículo.
O que me deixou refletindo mesmo é a história do medo de ter medo. Esse eu admito que muitas vezes tenho. É fato, esse medo te trava na vida. O medo do escuro te faz dormir de luz acesa. O medo de aranha te faz matá-la. O medo de altura te faz ficar longe de janelas. Mas, nenhum desses medos te faz perder uma oportunidade na vida.
Ninguém deixa de andar de avião por medo. Porém, o ser que tem medo de ter medo de subir num avião, nem compra a passagem. O ser que tem medo de ter medo de altura não pula no bung jump. O ser que tem medo de não conseguir fazer um trabalho, não vai nem começá-lo. O ser que tem medo de ter medo de conquistar alguém, nem vai chegar perto da pessoa que deseja. O ser que tem medo de ter medo ...., nem vai tentar.
Bom, depois de tentar me explicar tanto, continuo acreditando que o medo de ter medo é o pior dos medos. Complexo né?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Um caminho, uma direção

Tempão que não escrevo para o blog. Não é falta de vontade, nem de tempo. Foi falta de entusiasmo. Tô numa fase deprê. Lutei muito pra não cair de novo, como algum tempo atrás. Mas, foi inevitável. Lutei o quanto pude. Mas, começou a me incomodar o fato de estudar 6 anos e meio para um curso que, muito provavelmente, não se tornará uma carreira. Estudei por um sonho. E esse sonho tá morrendo, se apagando. E chegar nessa conclusão me arrasou.

Hoje, estou esperando a resposta de uma seleção para trabalhar na área. Que agora, nem sei se é o que eu quero. Já tô a tanto tempo buscando oportunidades que cheguei ao ponto de me arrepender da escolha que fiz.

E, depois de algumas coisas que ouvi por aí, o que vou fazer é procurar outros caminhos. O pior é que nem sei por onde começar. Classificados de jornais são as primeiras páginas que leio. Já tá me cansando.

Isso se deve a minha teimosia. Parabéns pra mim! Eu escolhi o curso porque sou teimosa ao extremo. Meu pai disse “Faz o que tu tem vontade, não vou dizer pra fazer isso ou aquilo. Mas tem certeza que vai fazer jornalismo?” Eu sabia que ele não acreditava muito e por isso mesmo fiz. Outras pessoas me diziam: “Faz letras. Tu te dá bem no português e é muito tímida pra fazer jornalismo.” Ah, era tudo que eu queria, ser contrariada.

Durante o curso, várias vezes meu pai me deu a entender que era melhor trocar. Pensei muito nisso antes dos dois primeiros anos de curso, mas não tinha ideia do que poderia fazer. E depois dos dois anos achei que não valeria a pena. Agora, não tenho vontade de começar outra graduação. Tá fora. Sem chances. Fiz uma pós, para ver se me levava para outros caminhos e fiquei na mesma.

Talvez, não seja o estudo que faça a diferença. Possivelmente, o que me falta é traçar um caminho. Só que ainda tá escuro, ainda procuro a luz no túnel. Preciso encontrar pelo menos a direção.....

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Uma estrela chamada Senna

Uma estrela chamada Senna, de autoria de Lemyr Martins, à primeira vista parece ser uma biografia. A própria capa nos remete a capas de biografias. Além do título. O início do livro apresenta depoimentos de pessoas íntimas de Ayrton: pai, mãe, irmã, amigo, empresário ... Tudo isso nos faz acreditar que leremos uma biografia pessoal de Ayrton Senna. Porém, o livro é um relato de todas as corridas do piloto. Cada capítulo recebe o título do ano da competição e os subtítulos são os locais das corridas.


Fora isso, descobre-se que Senna é uma estrela mesmo. No sentido literal. A família recebeu esse presente após sua morte. Se não me engano, foi a NASA quem os presenteou. (Faz tempo que li, então não tenho certeza do órgão).
Ayrton Senna foi um campeão, não não .... foi um tricampeão. Tinha a personalidade de um campeão: persistente e maluco. Muitas vezes, correu sem as mínimas condições de segurança: pelo tempo, pela pista, ou mesmo pelas condições do carro. Na maioria das corridas, apresentou-se como um guerreiro. Não foi à toa que chorei, aos 11 anos, por sua morte. Um ídolo.

Senna brigou com Alan Prost, com Schummacher, entre outros pilotos. Mas ia, pessoalmente, parabenizar os brasileiros que faziam boas corridas. Exceto Nelson Piquet, com quem não se relacionava. Não se falavam e brigaram quando eram companheiros de equipe.
Os japoneses amam Senna, tanto quanto os brasileiros. Ele era exaltado nas corridas no Japão. E, ainda hoje, os japoneses organizam excursões para o Brasil para conhecer os lugares onde Ayrton viveu.

Para quem espera por fofocas, não recomendo o livro. As histórias com Xuxa, Adriane Galisteu e não sei mais quem, não são aprofundadas no livro. Somente citadas. Mas, para quem quer saber como Ayrton tornou-se ídolo, vale a pena a leitura.


Mais um livro emprestado pelo Maurício. Os livros esportivos tem a característica de nos incentivar a buscar novas alternativas e a encarar tudo de frente, inclusive os problemas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Leituras emprestadas I

Esgotadas as possibilidades de livros da minha prateleira, fui em busca de novas leituras na estante do Maurício. Peguei emprestado dois livros esportivos, para mudar um pouco minha linha de leitura. No primeiro momento pensei que fossem uma autobiografia e uma biografia. Mas, o foco dos livros eram outros:

Bernardinho - Transformando suor em ouro, escrito pelo próprio Bernardinho, treinador de vôlei da seleção brasileira, foi, praticamente, um livro de autoajuda. Ele conta sua trajetória esportiva, desde o tempo em que se tornou jogador de vôlei. Encerrando na sua participação como treinador da seleção brasileira em jogos olímpicos. O livro foi escrito para demonstrar como a motivação em uma equipe tem a ver com a motivação de funcionários de uma empresa. Ele ocupa ideias de palestras que faz ao redor do país sobre esse tema.

Bernardinho cita muitos esportistas que são exemplos de superação. Uma das histórias que chama atenção no livro é de Muhammad Ali. Um menino negro, que precisou trabalhar meses para comprar uma bicicleta. Quando conseguiu comprá-la, foi roubado. Foi dar queixa na polícia e o sargento vendo-o tão nervoso, mandou-o para o boxe. Ele tornou-se lutador. Quando perguntado sobre suas vitórias, ele dizia que via em seus adversários o ladrão de sua bicicleta.

O trabalho é muito valorizado como forma de chegar ao sucesso. Aliás, como única forma de chegar ao sucesso. Ele afirma que “Sucesso é o resultado da prática constante de fundamentos e ações vencedoras. Não há nada milagroso no processo, nem sorte envolvida”.

Outro trecho importante no livro é a história do sábio chinês que presenteou o imperador com um livro de duas páginas. O sábio explicou ao imperador que ele deveria abrir o livro somente em dois momentos de sua vida. “No momento mais triste de sua vida, senhor imperador, leia a primeira página e feche o livro. E, no momento mais feliz, leia a segunda.” Assim, seu presente teria atingido seu objetivo. Na primeira página estava escrito: Isso vai passar”. Na segunda página “Isso também vai passar.”

Por tudo isso, Bernardinho – Transformando suor em ouro é um livro de estímulo ao trabalho e incentivo ao sucesso.

Esse foi o livro que pensei ser uma autobiografia. No próximo post, conto sobre o livro que pensei ser biografia ....